mardi, mars 15, 2011

Filme do dia:La passion de Jeanne d´Arc (filme completo)

(Video postado no youtube pelo usuário earlycinema, vale a pena dar uma olhada no canal, tem vários filmes antigos, alguns bem difíceis de encontrar. Recomendado para qualquer cinéfilo!)

La Passion de Jeanne d´Arc(1928)

"La Passion de Jeanne d'Arc" é um filme mudo francês de 1928. É baseado nos registros do julgamento de Joana d´Arc. Dirigido por Carl Theodor Dreyer e estrelando Renée Jeanne Falconetti. É visto como um dos grandes momentos do cinema, em especial pela produção, direção e pela atuação de Falconetti, descrita como uma das melhores da história do cinema.

O filme resume o período em que Joana d´Arc ficou presa na Inglaterra e mostra seu julgamento, prisão, tortura e execução.




Ficha


Direção: Carl Theodor Dreyer 
Roteiro: Carl Theodor Dreyer, Joseph Delteil
Elenco: Renée Jeanne Falconetti, Eugene Silvain, André Berley, Maurice Schutz
Filmografia:  Rudolph Maté




Contexto do filme( ou "senta que lá vem a história!" hehehe)


A Guerra dos Cem Anos
Desde que o Duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador(Gullaume le conquérant), se apoderou da Inglaterra em 1066, os monarcas Ingleses passaram a controlar extensas terras no território francês. Com o tempo, passaram a ter vários ducados franceses: Aquitânia, Gasconha, Poitou, Normandia, entre outros. Quando Charles Charles IV morreu sem deixar descendentes masculinos, seu primo Felipe VI proclamou-se rei da  França. Felipe VI reclamou em 1337 o feudo da Gasconha ao rei inglês Eduardo III, e no dia 1 de novembro Eduardo responde plantando-se às portas de Paris, declarando-se o candidato adequado para ocupar o trono francês.


Originou-se então um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da humanidade: a Guerra dos Cem Anos, que durou na realidade 116 anos, e que provocou milhões de mortes e a destruição de quase toda a França setentrional. Além da disputa por territórios, durante todo o período da Guerra dos Cem Anos disputas sucessórias pelo trono francês foram travadas tanto entre membros da família real francesa quanto da família real inglesa (as suas casas reais também tinham laços consanguíneos)

Joana d´Arc
Libertação de Orleans
Jules Eugène Lenepveu
Santa Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc) , por vezes chamada de donzela de Orléans, nasceu em Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro 1412 e era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée. Descendente de camponeses. Joana começou a ter visões ainda muito jovem, aos doze anos (hoje em dia, muitos estudiosos atribuem suas visões à esquizofrenia). Nessas visões, segundo a própria Joana, São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida lhe diziam que ela tinha que livrar a França dos ingleses e trazer o Delfim (príncipe herdeiro do trono francês) para a cidade de Reims a fim de que ele fosse coroado. O delfim a quem os santos supostamente se referiam era Carlos VII, filho do falecido rei Carlos VI. Apesar da existência de um herdeiro legítimo, o trono francês se encontrava em mãos de Henrique VI da Inglaterra.


Aos 16 anos, Joana foi a Vaucouleurs, cidade vizinha a Domrèmy. Recorreu a Robert de Baudricourt, capitão de uma guarnição estabelecida em Vaucouleurs para lhe ceder uma escolta até Chinon, onde estava o delfim, já que teria que atravessar todo o território hostil defendido pelos aliados ingleses e borguinhões. Quase um ano depois, Baudricourt aceitou enviá-la escoltada até o delfim.Segundo a lenda, com medo de apresentar o delfim diante de uma desconhecida que talvez pudesse matá-lo, os membros da corte decidiram ocultar Carlos em uma sala cheia de nobres ao recebê-la. Joana então teria reconhecido o rei disfarçado entre os nobres sem que jamais o tivesse visto antes. Joana teria ido até ao verdadeiro rei, se curvado e dito: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória".

Joana d´Arc na coroação de Charles VII
Jean Auguste Dominique Ingres
Sozinha na presença do rei, ela o convenceu a lhe entregar um exército com o intuito de libertar a cidade de Orléans. Porém, o rei ainda a fez passar por provas diante dos teólogos reais. As autoridades eclesiásticas em Poitiers submeteram-na a um interrogatório, averiguaram sua virgindade e suas intenções. Convencido, o rei entrega-lhe uma espada, um estandarte e o comando das tropas francesas, para seguir rumo à libertação da cidade de Orléans, que havia sido invadida e tomada pelos ingleses havia oito meses.


Comandando um exército de 4000 homens ela consegue a vitória sobre os invasores no dia 9 de maio de 1429, num episódio conhecido como a Libertação de Orléans (Siège d'Orléans em francês). Após a libertação de Orléans, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar reconquistar Paris ou a Normandia, mas Joana convenceu o Delfim a iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Seu exércitodirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12 de junho de 1429 venceu a batalha de Jargeau. No dia 15 de junho foi a vez da batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi na batalha de Beaugency, nos dias 16 e 17 de junho do mesmo ano. Cerca de um mês após sua vitória sobre os ingleses em Orléans, ela conduziu o rei Carlos VII à cidade de Reims, onde o Delfim foi coroado. A vitória de Joana d'Arc e a coroação do rei acabaram por dar as esperanças aos franceses e representaram a virada da guerra. Após a coroação, Carlos VII levou seu exército até Île-de-France (região francesa que abriga Paris).  Os ingleses abandonaram Paris dirigindo-se a Rouen. 


Execução de Joana d´Arc 
Jules-Eugène Lenepveu 
O processo
Na primavera de 1430, Joana d'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar libertar a cidade de Compiègne, onde acabou sendo dominada e capturada pelos aliados dos ingleses, em 1430. Na cidade de Rouen, dominada pelos ingleses, ela foi mantida presa e julgada. 


O processo contra Joana teve início no dia 9 de janeiro de 1431, presidido pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à posteridade, especialmente pelas irregularidades, e que converteria Joana em mártir católica e heroína nacional. Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram nas acusação de heresia e assassinato. Só no dia 21 de fevereiro Joana foi ouvida pela primeira vez. Joana foi interrogada sobre as vozes que ouvia, sobre a igreja militante, sobre seus trajes masculinos. No dia 27 e 28 de março, Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70 artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12 , mais precisamente no dia 5 de abril. Estes artigos resumiam a acusação formal: heresia.


Estátua de Joana d´Arc na Catedral
 de Notre-Dame (Paris)
O processo foi uma farsa orquestrada pelos ingleses e apoiada (ou propositadamente ignorada) pelos franceses: oficiais envolvidos no julgamento posteriormente reconheceram que diversos documentos foram alterados a fim de garantir a condenação de Joana, muitos clérigos envolvidos, incluindo o inquisidor Jean LeMaitre, foram forçados a participar do julgamento pelos ingleses, mesmo sob ameaça de morte, e uma apelação ao Papa foi negada. Joana foi torturada e mantida numa prisão masculina, guardada por homens (a lei eclesiástica  dizia que ela, sendo mulher, deveria ficar presa num convento e ser guardada por mulheres). Foi também forçada, sob ameaça de execução imediata, a assinar uma abjuração (renúncia da fé) sem saber o que assinava (já que era analfabeta). Apesar do julgamento desonesto, todas as testemunhas da tortura e do processo foram unânimes em afirmar que Joana respondeu às acusações com grande inteligência e enfrentou o processo com coragem e tranquilidade. Charles VII e seus apoiadores nada fizeram para salvar a vida de Joana.


Joana d´Arc foi queimada viva em 30 de maio de 1431.Ela tinha apenas dezenove anos. A cerimônia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), em Rouen. 


Joana foi canonizada em 1920, e é a santa padroeira da França.

O filme (finalmente!)

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